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sábado, 2 de abril de 2011

O Luto no Sertão (poema)


Pelo sertão não se tem como
não se viver sempre enlutado;
lá o luto não é de vestir,
é de nascer com, luto nato.

Sobe de dentro, tinge a pele
de um fosco fulo: é quase raça;
luto levado toda a vida
e que a vida empoeira e desgasta.

E mesmo o urubu que ali exerce,
negro tão puro noutras praças,
quando no sertão usa a batina
negra-fouveiro, pardavasca.



João Cabral de Melo Neto
(n. Recife, Pernambuco em 9 Jan 1920; m. Rio de Janeiro, 9 Out 1999)

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