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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Luto pela morte de um filho: utilização de um protocolo de terapia cognitivo-comportamental



Silva et al. (2010) apresenta um estudo de caso em que um paciente do sexo feminino, com de 28 anos de idade, estado civil casada. Enlutada por morre seu filho mais velho. Tendo acontecido 6 meses antes da primeira sessão de atendimento psicológico na abordagem cognitiva e comportamental que foi realizada em 12 sessões. Tendo como objetivos a aprendizagem de novas habilidades e estratégias para lidar com as suas queixas somáticas. Os resultados foram avaliados utilizando-se os seguintes instrumentos: Beck Depression Inventory (BDI), Beck Anxiety Inventory (BAI), Beck Hopelessness Scale (BHS), os testes de atenção concentrada (AC) e sustentada (AS) e o Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG). Segundos os autores a enlutada “apresentou redução do quadro de depressão, ansiedade e desesperança. Todos os fatores do QSG apresentaram decréscimo, e houve aumento nas medidas de atenção concentrada e sustentada. O tratamento se mostrou efetivo em relação aos fatores apresentados”.

A morte ainda tabu, temida, negada, banida etc. deixa um vazio se o ser amado não mais estará presente. Um filho mesmo que não tenha sido planejado, representa geralmente o vínculo “eterno” como no dito popular “não existe ex-mãe”, assim esses laços de sangue, de afeto, simbólicos... são traduzidos socialmente como parte da geradora, uma extensão de seu corpo. Portanto, essa ruptura deve ser insuportavelmente dolorosa, mesmo porque ela quebra, rompe com que culturalmente e biologicamente aprendendo, nascer, crescer e morrer. Na ordem os pais morrerão primeiro. E se um filho é um projeto, se é simbolicamente uma semente, se menos idade, jovem, então as expectativas são maiores ainda. E se tem 7 filhos para elas nenhum é igual ou substitui o outro.
Em meio à violência social, familiar e no trânsito as morte se avolumam e cada vez mais mães enlutadas vão surgido.
Das minhas experiências profissionais como psicóloga e musicoterapeuta em grupos comunitários, especialmente são mães “enlutadíssimas” por morte de filho por violência social, suicídio e mais ainda acidente de moto.
Buscam ajuda emocional gritam pedindo socorro nos serviços de saúde. Elas buscam igrejas e lotam os centros espíritas. Derramam suas dores e buscam alívio ou notícia deles do além, até mesmo evangélicas ou as que em nada acreditam. Para elas as casas espíritas além de possibilitar a expressão do luto, pelo espaço oferecido a elas, também permitem o consolo que os mortos vivem em algum lugar. E buscam cartas psicografadas, noticias, falar pessoalmente, ou mesmo receber qualquer noticia ainda que não sejam “boas”. Elas afirmam que desejam saber como estão, com quem e como foi seu momento de morte. Parecem as mesmas preocupações, que nutriam quando eles ainda estavam vivos? É inaceitável deixar de ser mães, segundo elas afirmam. Deus confiou e Ele então deve permitir este diálogo.
Mães que catam para o rebento de sua carne “oww pedaço de mim...metade de mim, parte amputada de mim...” só mesmo um poeta para traduzir tão perfeitamente uma mãe (biológico ou não) sente em um momento tão difícil, indizível e imedicável...
E cientificamente técnicas são desenvolvidas, testadas e validades sentimos que os nossos esforços (pesquisas, estudos etc.) vale muito. É gratificante e estimulador continuar, contribuir para a saúde, paz e equilibro de quem necessita.
Eu não tenho filho, mas a minha singela experiência com mães enlutadas por morte de filho, me diz isso.

 Trata-se do artigo de minha professora Adriana Cardoso de Oliveira e Silva (UFRJ) ela é psicóloga e tanatologista. Pós-doutora em Psiquiatria e Saúde Mental, Instituto de Psiquiatria (IPUB), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ. Doutora em Psicologia, Instituto de Psicologia (IP), UFRJ. Pesquisadora, Laboratório de Pânico e Respiração, IPUB, UFRJ. Coordenadora, Laboratório de Tanatologia e Psicometria, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ. Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina. 2 Livre-docente e professor associado, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental, IPUB, UFRJ. Coordenador, Laboratório de Pânico e Respiração, IPUB, UFRJ. Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina.

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