Desde muito pequena, quando visitava alguém que estava morrendo ou mesmo em velórios, já percebia o quanto a morte causa dor quase indizível ao ser humano. Por isso, este é o nosso espaço sobre Morte, Espiritualidade, Processo de Luto, Perdas, Separação, Suicídio, Cuidados Paliativos e Tantomusicoterapia...Criado para aprender e ensinar a "EDUCAÇÃO para VIDA e para MORTE".
Este espaço virtual existe desde 1994, ao longo dos anos muitas alterações foram realizadas e enfim em 2010 a pedidos, tive que reiniciá-lo para atender a todos os públicos. O objetivo é divulgar o que considero importante para a 'Educação para a Vida e para a Morte'. Espero poder corresponder às expectativas.
Participe, divulgue-o, publique, comente, critique, provoque, colabore, discuta e contribua você também por um mundo saudável e melhor...Obrigada, fico feliz por sua presença!
domingo, 31 de julho de 2011
Filme - Comentário ao "Antes de Partir"
Colóquio "Luto"
Neste colóquio obter-se-ão resposta às questões:
- O que é o luto?
- Quando termina o processo de luto?
- De que forma é que o luto leva a uma melhor aceitação da morte?
- Quando alguém pratica Eutanásia o luto é vivido de forma diferente do que se tivesse seguido o percurso natural da morte?
- De que forma as unidades de Cuidados Paliativos ajudam no processo do luto?
Por que falar de LUTO?
Estudos desde a década de 40 apontam para a descoberta de que o comportamento do luto poderia ser semelhante a uma doença.
( Franco,2002)
*Averiel e Nunley, 1993: emoção ou doença, na perspectiva sócio-construtivista;
*Parkers, 1993: transição, na visão psico-social;
*Rosenblat, 1993: contexto social para expressão de sentimentos;
*Gerber, 1971: período de crise em que há desequilíbrio entre a dificuldade e a importância do problema e os recursos imediatamente disponíveis para lidar com ele.
"Não podemos esquecer que o que dizemos sobre a morte e o luto refletem os valores culturais e que os estudos apontam cada vez mais a questão da subjetividade."
Sobre Estágios da Vida... e Padrões de Comportamento...
O livro: Sobre a Morte e o Morrer (Elizabeth Kübler-Ross) foi meu primeiro contato teórico com questões da morte... foi a partir daí que pude entender mais a vida...
A morte, como diz Rubem Alves é nossa companheira e conselheira silenciosa diária... "a Morte não é algo que nos espera no fim. É companheira silenciosa que fala com voz branda, sem querer nos aterrorizar, dizendo sempre a verdade e nos convidando à sabedoria de viver...."
Bom, falar de morte é falar de vida... conhecer as questões da morte torna as questões da vida mais especiais, importantes e significativas... pequenos momentos, simples encontros, contatos, carinhos...
Todos nós em muitos momentos da vida nos deparamos com situações inesperadas , imprevisíveis, difíceis, desagradáveis...
Elisabeth Kubler Ross e Barbara Brennan em seus estudos encontraram padrões de comportamento frente a situações difíceis como perdas, doença, morte...
Negação e Isolamento: é o primeiro estágio após o contato com a situação inesperada e desagradável, aparece como uma forma de defesa temporária, é o início do processo onde a pessoa pode entrar em estado de choque ou torpor. Esta atitude de negar ou isolar-se não significa que a pessoa não queira ou não se sinta mais aliviada em compartilhar suas angústias com pessoas ao seu redor, é apenas um tempo, uma fase para que ocorra a elaboração do processo...
Raiva: normalmente manifesta-se quando não é mais possível negar o processo de perda, luto, morte, doença, etc... e traz outros sentimentos como indignação, ressentimento e revolta. Este é um dos estágios mais difíceis, pois a raiva se propaga em todas as direções atingindo a todos e muitas vezes sem uma razão plausível para isso... normalmente a pessoa traz junto uma sensação de castigo ou punição... Quando é possível expor estes sentimentos angustiantes a pessoa pode sentir-se aliviada, muitas vezes o medo de enfrentar a situação torna todo o processo mais difícil...
Barganha: é um recurso normalmente utilizado para adiar o inadiável... A barganha consiste em trocas, promessas, chantagens numa tentativa de aliviar uma culpa que existe internamente... " e se eu tivesse feito isso..." " e se não tivesse feito aquilo..." Esta é uma fase difícil e que exige maturidade e reflexão para a elaboração do processo...
Depressão: este é o momento onde se entra em contato com a dor da separação, da falta, da perda e com a impotência diante da morte. É um momento de preparação para a perda do que se ama... Normalmente a família apresenta dificuldade em lidar com este estágio, buscando sempre animar o doente, porém este período de depressão é necessário e benéfico pois permite que exista a possibilidade de aceitação e entendimento deste período difícil... é preciso muita sensibilidade, compreensão e apoio de amigos e familiares pois essa fase só é bem elaborada se houver ambiente adequado para abraçar essas angústias e ansiedades da pessoa em dificuldades ou doente...
Aceitação: este estágio nem sempre é atingido por todos... muitas pessoas continuam em uma luta constante com a situação difícil, perdas, doença ou possibilidade de morte, agarrando-se a falsas esperanças, tornando difícil a aceitação. Quando alcançado este estágio caracteriza-se por um estado de tranquilidade e paz, onde a pessoa não foge mais do que esta vivendo ou viveu. Pode existir a tristeza pelo acontecido ou pela possibilidade de morte ou separação, mas existe uma possibilidade de despedida consciente, novamente faz-se importante a sensibilidade de amigos e familiares no suporte à pessoa com dificuldades, podendo auxiliar a enfrentar a situação de maneira saudável...
Transformação: este estágio só é alcançado quando todos os demais estágios puderam ser vivenciados e elaborados com profundidade... a reflexão, na maioria das vezes com apoio terapêutico, o apoio adequado de familiares e de amigos torna possível a mudança de um padrão de funcionamento, as escolhas mudam, a consciência muda... a pessoa passa a conhecer-se mais profundamente e passa a entender seu funcionamento frente as situações de sua vida. Estando mais conectada, mais inteira, ela passa a entender suas escolhas, e os resultados das mesmas... Assim torna-se mais consciente e presente, desfrutando de novas possibilidades, novos caminhos...
Livro - A Roda da Vida
A Roda da Vida é a sensacional autobiografia da autora, que pode também ser considerada como um livro de desenvolvimento humano, místico e que ajuda a compreender todo o trabalho de sua vida.
Vivendo uma vida cinematográfica por excelência, Elizabeth escreveu cada capítulo de forma muito tocante, como se fossem contos. Sua infância, sua passagem pela II Guerra e muitas de suas aventuras são relatadas de forma clara e doce, que me fez devorar rapidamente as páginas.
E, quando menos se espera, a história de Elizabeth Kubler-Ross dá algumas guinadas sensacionais. Uma, em particular, me deixou de queixo caído. Posso dizer que o livro adquire tons fantásticos mais para o final, o que para mim foi uma grande surpresa.
Em certo momento, a cientista cética começa a ter experiências que a fazem perceber que há algo além do que nossos olhos podem enxergar. Algumas pessoas poderiam antecipar este momento do livro, já que desde as primeiras páginas ela procura deixar claro que, em nossa vida, não existem coincidências nem acaso: tudo faz parte de um plano maior.
Definitivamente, um dos melhores livros que já li na vida, cheio de lições importantes vindas de uma pessoa que cumpriu, muito bem, sua missão na Terra.
Modelo de Kübler-Ross
Modelo de Kübler-Ross
mar 02 2009
Categoria: Café Semiológico, Nossos alunos escrevem..., Semiologia e Cuidados Paliativos
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Nesse contexto, o Modelo de Kübler-Ross propõe uma descrição do processo de luto e perda em cinco estágios pelo qual as pessoas passam ao lidar com a morte e o morrer.
(1) negação: o doente nega a doença, “amortecendo” o impacto do diagnóstico; (2) revolta: quando não é mais possível negar, a negação é substituída por sentimentos de revolta e ressentimento; (3) barganha: já que a revolta não resolve o problema, tenta-se obter a cura através de barganhas e promessas a Deus; (4) depressão (interiorização): surgem lamentações, queixas, desinteresse e a necessidade de ficar só; e (5) aceitação: não há mais depressão ou raiva, mas uma contemplação do fim próximo com um certo grau de tranqüila expectativa, e a compreensão de que a vida chegou ao fim.
Quando os cinco estágios são compreendidos pelos profissionais da área da saúde, juntamente com o enfrentamento do medo da morte, o tratamento dado ao paciente se torna mais humanizado, assim como as condições de trabalho no hospital (BANNERMAN, 2005).
KÜBLER-ROSS, E. Sobre a morte e o morrer. 8.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Processo de Elaboração do Luto
- Negação e Isolamento: Impacto inicial da notícia onde pode ocorrer uma paralisação na pessoa e ela não conseguir dar seguimento a pensamentos. Também é comum nessa fase que se tente negar o ocorrido, não acreditando na informação que se está recebendo. A negação é uma defesa temporária, sendo logo substituída por uma aceitação parcial. Também é comum uma transição em falar sobre a realidade do assunto em um momento e de repente negá-la completamente.
- Raiva: Surgem sentimentos intensos como: raiva, revolta, inveja e ressentimento, além da clássica pergunta: “porquê eu?”. Esta raiva, geralmente é projetada no ambiente externo, no sentido de inconformismo. Neste momento os familiares podem sentir pesar, culpa ou humilhação.
- Barganha: Após ter se revoltado, e nada adiantado, passa-se a utilizar inconscientemente outro recurso, tentando fazer algum tipo de acordo que faça com que as coisas se restabeleçam. Geralmente este movimento volta-se para à religiosidade. Ex.: promessas, acordos, pactos, geralmente em segredo.
- Depressão: Ocorre um sofrimento profundo, onde já não se pode mais negar os acontecimentos e nem se revoltar contra eles. É a fase de introspecção profunda e necessidade de isolamento.
- Aceitação: Tendo superado as fases anteriores, percebe-se e vivencia-se uma aceitação do rumo das coisas. Os sentimentos não estão mais tão a flor da pele, como se a dor tivesse esvanecido, a luta tivesse cessado e as coisas passam então a ser enfrentadas com consciência das possibilidades e das limitações.
psicologia@mamainfo.org.br
Coisas da Vida e da Morte - Elisabeth Kübler-Ross
Creio haver um momento na vida em que se dá início a um percurso consciente, sem retorno, em direcção à morte. É uma escalada gradual para um fim, mais ou menos próximo, e é um trajecto de reconciliação com a vida e de aceitação da morte. O papel do enfermeiro será, na minha óptica, o de tentar harmonizar esse percurso, aliviar a dor e o sofrimento e proporcionar conforto e apoio.
Estas palavras tão vãs e tão ocas, não conseguem descrever o desmesurado e complexo processo que é cuidar do doente terminal e da sua família. É um processo muitas vezes doloroso, de avanços e retrocessos, feito de amarguras e alegrias. Exige uma formação ética e moral, assim como uma prática reflexiva que permita adequar os cuidados às necessidades do doente.
Autora de mais de vinte livros, foi consagrada pela revista Time como um dos cem mais importantes pensadores do século XX. Faleceu no passado dia 24 de Agosto, com 78 anos, rodeada de amigos e família.
Disponível em: http://compingadesangue.weblog.com.pt/arquivo/147459.html
O fim da vida: morte e luto
Curso sobre Luto - Nordeste
Abertas as inscrições
O curso será ministrado pelas psicólogas Millena Câmara (especialista e mestre em psicologia do Luto) e Kátia Cristiane Bezerra (mestre na área de família e psicóloga jurídica) com a participação de convidados, dentre eles, a médica paliativista Daniele Soller, o enfermeiro e doutor na área, João Bosco e a psicóloga Arieli de Freitas do Rio Grande do Sul, com experiência em desastres aéreos.
Marianna Mendes - 9418-2852
Luciana Brasileiro - 8885-7877
apegoeperdas@gmail.com
BRASIL - Um dos Piores em Qualidade de Morte
The Economist é uma revista semanal inglesa, respeitada internacionalmente e que possui, entre seus diversos segmentos, uma empresa de pesquisa e consultoria chamada Economist Intelligence Unit, que além de prestar consultoria internacional em negócios, periodicamente pesquisa e produz relatórios sobre a habitabilidade (liveability) nos diversos países. Habitabilidade é palavra utilizada para definir as condições de vida da população de uma determinada região. Dentro dessa política, recentemente realizou um estudo internacional, o qual deu origem ao relatório que publicaram sob o título: “A qualidade da morte – avaliação dos cuidados no final-da-vida em redor do mundo” em que faz considerações sobre os programas de cuidados paliativos e outras medidas objetivando dar, aos enfermos em fase terminal de sua doença, e a seus familiares, uma melhor qualidade de vida. |
Por Evaldo A. D´Assumpção
Disponível em: http://www.nucleofenix.com/site/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=7&Itemid=31
sábado, 30 de julho de 2011
Luto Wikipédia
Referências
- ↑ Bowlby J.(1982) Attachment and loss: Retrospect and prospect- American Journal of Orthopsychiatry, 1982 - interscience.wiley.com
- ↑ A. Aberastury & cols. (Org.), A percepção da morte na criança e outros escritos (pp. 128-139). Porto Alegre: Artes Médicas. (Original publicado em 1978)
- ↑ Bowlby, J. (1993). Separação: Angústia e raiva. Em Apego e perda: Vol. 2 (L. H. B. Hegenberg & M. Hegenberg, Trad.). São Paulo: Martins Fontes. (Original publicado em 1973)
Projeto Pastoral do Luto - Catolicismo
PROJETO PARA A CRIAÇÃO DA PASTORAL DO LUTO - Revisão em Julho de 2011 Evaldo A. D´Assumpção Médico, Biotanatólogo, Fundador do Departamento de Tanatologia da Associação Médica de MG (Sotamig) Senior-member of the Association for Death Education and Counseling (USA). INTRODUÇÃODiante da observação que tenho feito ao longo de vários anos, as famílias enlutadas, tão logo termina a missa da Ressurreição, quase sempre são completamente abandonadas por parte da Igreja Católica, no que diz respeito ao acolhimento efetivo, teológico e psicologicamente preparado e eficaz. Trabalhando há trinta anos na área de Tanatologia – hoje prefiro denominá-la de Biotanatologia = ciência da vida vista pela ótica da morte – dediquei-me, por mais de dez anos, mais especificamente à questão do luto. Por isso, com frequência era questionado sobre a minha opção religiosa. Especificamente, se era espírita. E, quando me dizia católico, as pessoas admiravam-se: “Como, se na Igreja Católica não se costuma falar sobre a morte?” Essa imagem de nossa Igreja sempre me incomodou bastante e, exatamente por isso, paralelamente ao trabalho profissional (do qual hoje estou aposentado) que realizava no extinto Núcleo Fênix, dediquei-me a um trabalho voluntário de atendimento a enlutados, com o apoio do Revmo. Pe. Fernando Gomes, pároco da comunidade de Sto. Inácio de Loyola (Bairro Cidade Jardim, Belo Horizonte-MG) e do Centro Paulinas de Belo Horizonte, onde realizava meus Grupos de Suporte ao Luto. Contudo esta era uma ação como a do beija-flor que tentava apagar o incêndio na floresta. Fazia a minha parte, mas ela era muito pequena diante da necessidade do povo de nosso País. Por esta razão, desenvolvi esse PROJETO PARA A CRIAÇÃO DA PASTORAL DO LUTO, que acredito ter muito maior abrangência que a Pastoral das Exéquias, existente em algumas dioceses. Alguns sacerdotes questionaram-me se o seu nome não seria melhor PASTORAL DA ESPERANÇA ou PASTORAL DA MISERICÓRDIA. Minha resposta é sempre negativa, pois em primeiro lugar há que se quebrar o medo, o tabu de se falar em morte e luto, não só em nossa sociedade como um todo, mas dentro da Igreja Católica em especial. Em segundo lugar, porque esse trabalho é o de acolher as pessoas que já ESTÃO DE LUTO, para que possam vive-lo inteiramente, pois isso é fundamental para que possam então superá-lo. Sendo assim, não devemos acenar com uma “esperança”, mas como a certeza de que devem e podem superar este processo psicológico que é essencial para que não se guardem traumas nem sofrimentos devidos às perdas sofridas. E em terceiro lugar, porque o luto é um termo mais amplo que engloba a reação psicológica-emocional comum a toda e qualquer perda sofrida. Repetindo: o luto deve ser vivido e não ignorado ou esquecido por falsa conveniência. DESENVOLVIMENTOA PASTORAL DO LUTO será formada por leigos e sacerdotes que se disponham a trabalhar com as questões relacionadas à morte, especialmente na fase do luto, seja ele o LUTO ANTECIPATÓRIO, enquanto a família vive uma doença de um parente em sua fase terminal, seja ele o LUTO pela perda já acontecida. Por isso é muito interessante que a Pastoral das Exéquias tenha também uma formação sobre o trabalho com enlutados. ETAPAS PARA A IMPLANTAÇÃO DA PASTORAL DO LUTO(Que será ótimo se puder englobar a Pastoral das Exéquias, formando uma só, uma vez que o trabalho de uma se entrelaça com a da outra, sendo a Pastoral do Luto bem mais abrangente do que a das Exéquias). 1º - Uma palestra (de duas horas de duração) ou um pequeno seminário (o que seria melhor) de 4 (quatro) horas, aberto a todas as pessoas que estiverem interessadas e disponíveis a participar desse trabalho. Nele serão dados alguns conceitos sobre vida e morte, e sobre o luto. Nele serão formados também grupos para trabalharem em cima de algumas questões, que serão apresentadas num plenário final, para aquilatar a “vocação” daquelas pessoas para essa Pastoral. 2º - É essencial que aqueles candidatos ao trabalho com o luto, façam primeiro um trabalho consigo mesmos para descobrirem como se situam diante das perdas e da morte. Afinal, tentar ajudar alguém que está vivendo um problema dessa natureza, sem ter seus próprios problemas resolvidos, é como o coxo tentar ajudar ao manco. 3º - Em seguida, deve ser realizado um curso preparatório para as pessoas que se auto-selecionaram, com aulas de biotanatologia, noções de teologia, escatologia e liturgia aplicadas ao atendimento a enfermos em fase terminal e seus familiares, bem como a famílias enlutadas. Para este curso, sugere-se um programa incluindo os seguintes temas, essenciais para se trabalhar com enlutados: a) Introdução à Biotanatologia – Mitologia e História b) O Sentido da Vida e da Morte c) A arte de cuidar, compaixão para acolher d) Atendimento a pessoas em fase terminal de sua doença e a seus familiares e) A criança e a morte f) O Idoso diante da vida e da morte g) Suicídio – apoio à família h) Liturgia das Exéquias i) Morte e Espiritualidade – Conhecimento básico da visão de diferentes religiões, da morte e do após-morte. j) Escatologia – As realidades futuras na visão cristã-católica. k) Ritos mortuários. Rito mortuário alternativo (para ausência de corpo) l) Elaboração do Luto m) Providências jurídicas para enlutados 4º - Quando tiver um grupo definido e preparado de agentes pastorais, estabelecer escalas de atendimento, com reuniões periódicas (mensal no início, depois trimestral) de supervisão e apoio. 5º - Programação de Grupos de Suporte ao Luto (GSuL), que devem abranger um grupo de paróquias (em Belo Horizonte existem as Foranias que reunem grupos de paróquias, e as Regiões Episcopais, que reunem as Foranias). Dependendo da realidade de cada Diocese, será definido um número de Paróquias para sediar um GSuL, que pode ser realizado semestralmente no início, aumentando sua frequencia se houver necessidade. O GSuL pode ser realizado num único dia (sábado de 8 às 18 horas, por ex.) ou em seis sessões de 90 minutos, que podem ser uma ou duas vezes por semana. Para conhecimento dessa metodologia, sugere-se a leitura do livro publicado pelas Edições Paulinas: GSUL – GRUPO DE SUPORTE AO LUTO. (Ver na bibliografia, no final desse texto) 6º - Programação de palestras abertas ao grande público, em comunidades paroquiais e com divulgação ampla, para “educação para a vida-perda-morte-luto”. 7º - Disponibilização de horário e local para sacerdotes e ou leigos fazerem atendimento individual nessa área, a pessoas mais necessitadas desse atendimento. 8º - Disponibilizar leigos treinados nessa Pastoral, para atendimento em velórios, inclusive com celebração de ritos próprios, na ausência de sacerdotes. 9º - Na proximidade do Dia de Finados, organizar um seminário de 4 (quatro) horas aberto ao público, abordando questões referentes a perdas e luto. Se possivel, conseguir parceria com empresas funerárias e cemitérios que possam patrocinar esse trabalho, proporcionando local para os mesmos. 10º - Redação de artigos para a imprensa leiga, abordando temas relacionados à vida-perdas-morte-luto. 11º - Disponibilizar pessoas que tenham vocação e se disponham a falar em colégios sobre questões ligadas à Biotanatologia. 12º - Gravar palestras em DVD para que possam ser fornecidas a colégios, paróquias e outras instituições onde servirão para promover uma educação para a vida-perda-morte-luto, indispensável à qualidade de vida do Ser Humano. 13º - Conseguir um espaço nos meios de comunicação da Diocese (rádio, TV) para um programa de 20 a 30 minutos, uma vez por semana, onde alguns agentes dessa pastoral irão responderr questões dos ouvintes, sobre temas de Biotanatologia. Também para esse programa, pode-se buscar um patrocínio de empresas funerárias. 14º - Imprimir folhetos informativos sobre a Pastoral do Luto e sua programação, para distribuição nas Igrejas. 15º - Por ocasião da marcação das missas da Ressurreição nas secretarias paroquiais, dar aos familiares um ou dois exemplares do livro DIZENDO ADEUS (Ed. Fumarc, Belo Horizonte), que é um manual de orientação para as pessoas enlutadas, cujo uso foi amplamente comprovado ser de grande utilidade para elas, em empresas funerárias de Belo Horizonte e em algumas paróquias daquela capital. Até onde sabemos, não existe outro livro semelhante e tão completo para pessoas enlutadas, como este, no Brasil. Também por ocasião da marcação dessas missas, a Pastoral do Luto deverá disponibilizar para a família, como sugestão, algumas mensagens impressas, para serem lidas no final da celebração. Com isso evitar-se-ão mensagens que costumam ser lidas, sem qualquer sentido e até mesmo com conteúdo contrário à correta doutrina cristã. 16º - A Pastoral do Luto deverá redigir algumas sugestões homiléticas para as Missas da Ressurreição, que sendo aprovadas pelo Senhor Bispo ou Arcebispo, serão distribuídas aos sacerdotes como uma colaboração para essas celebrações. 17º - Anualmente os membros dessa Pastoral deverão participar de um Retiro Espiritual em Silêncio, para meditação nas questões relacionadas às perdas e à morte à luz do Evangelho. 18º - A leitura de livros e textos apropriados é fundamental ao conhecimento e ao aprimoramento das atividades da Pastoral do Luto. Outras atividades poderão surgir pela criatividade dos Coordenadores da Pastoral do Luto (que deve ter esse nome e nada de “atenuantes” como Pastoral da Esperança, da Misericórdia, etc, que tiram a oportunidade de desmistificar palavras que são tabu em nossa cultura). Com todo respeito à formação dos sacerdotes, temos observado que um bom número deles tem dificuldades para trabalhar diretamente com a morte, por vezes realizando celebrações com conteúdo mal aproveitado – especialmente nas homilias em missas da Ressurreição – para uma evangelização dos presentes. Que, por ali estarem somente por razões sociais, nem sempre sendo ligados a uma religião, perdem excelente oportunidade para escutarem aquilo que lhes poderia motivar a uma reflexão mais profunda sobre o sentido da vida e da morte, à luz dos Evangelhos. Para esses sacerdotes, a Pastoral do Luto poderá ser de muito apoio. *********************** BIBLIOGRAFIA SUGERIDA PARA EMBASAR ESSE TRABALHO1) Sobre o viver e o morrer - Manual de Tanatologia e Biotanatologia - Evaldo A. D´Assumpção – (2ª edição ampliada) Ed. Vozes, Petrópolis (2011) 2) Dizendo Adeus (Como viver o luto para superá-lo) – 8ª edição revisada – Ed. Fumarc, Belo Horizonte (2011) 3) Grupo de Suporte ao Luto (GSuL) – Evaldo A. D´Assumpção - Ed. Paulinas (2003) 4) O infortúnio entrou em minha casa – Evaldo A. D´Assumpção – Edição do Núcleo Fênix-Fumarc (2007) 5) Morte e Espiritualidade – Evaldo A. D´Assumpção – Ed. Cirplast-Fumarc, Belo Horizonte (2006) 6) Por que sofro, se procuro ser bom? - Evaldo A. D´Assumpção - Editora O Recado, SP (1996) 7) O sentido da vida e da morte - Evaldo A. D´Assumpção - Editora O Recado, SP (1998) 8) Transcomunicação - A comunicação com os mortos explicada pela Parapsicologia - Evaldo A. D´Assumpção - Editora O Recado,SP (1996) 9) Coleção: Arquivos de Biotanatologia e Bioética, que já tem os seguintes títulos já publicados: Volume 1 – Tanatologia – Ciência da Vida e da Morte Volume 2 – Bioética e Cidadania Volume 3 – Morrer. E depois? Volume 4 – Suicídio Volume 5 – Convivendo com Perdas e Ganhos Volume 6 – A Criança e a Morte Volume 7 – O Idoso diante da Vida e da Morte Volume 8 – Auto-Imagem e Auto-Estima Volume 9 – Em Busca de Si Mesmo Volume 10 – Princípios básicos para o atendimento em catástrofes Evaldo A. D´Assumpção - Ed. Fumarc, Belo Horizonte (2002 a 2011) 10) DVD – O rio e o mar – O sentido da vida e da morte – palestra do Prof. Evaldo D´Assumpção - Ed. Fenix, Belo Horizonte (2009) 11) DVD – Enxugando as lágrimas – reflexões sobre o luto – palestra do Prof. Evaldo D´Assumpção - Ed. Fenix, Belo Horizonte (2009 12) Do Luto à Luta - Gláucia Rezende Tavares e colaboradores - Ed. Própria, Belo Horizonte (2001) 13) Terapia do Luto - J.Wiliam Worden - Ed. Artes Médicas, Porto Alegre (1998) 14) Luto – Collin Murray Parkes – Summus Editorial, SP (1998) 15) Viver sem o temor da morte - Renold J.Blank - Edições Paulinas, SP (1984) 16) Reencarnação ou Ressurreição - Renold J. Blank - Edições Paulus, SP (1995) 17) Consolo para quem está de luto - Renold J. Blank - Ed.Paulinas, SP 18) Reencarnação, sonho ou realidade - Edmond Robillard - Edições Paulinas, SP (1984) 19) Biotanatologia e Bioética – Coord. Evaldo A. D´Assumpção – Ed. Paulinas, SP (2005) 20) A Psicoterapia em situações de perdas e luto – Maria Helena P.F. Bromberg – Editora Livro Pleno, Campinas, SP (2000) 21) Estudos avançados sobre o luto – Maria Helena Pereira Franco – Editora Livro Pleno, Campinas, SP (2002) 22) Suicídio: uma morte evitável – Humberto Corrêa e Sérgio Perez Barrero – Ed. Atheneu, São Paulo (2006) 23) Silêncio – José Ricardo de Oliveira – Edição própria – Belo Horizonte (2009) **************************************************** Os livros do Dr. Evaldo A. D´Assumpção poderão ser adquiridos através do site: http://www.nucleofenix.com/ . Alguns, conforme ali está indicado, deverão ser solicitados diretamente às Editoras, cujos endereços estão também no site. |
Disponível em: http://www.nucleofenix.com/site/index.php?option=com_content&task=view&id=152&Itemid=31
Luto - Dor: ninguém foge dela
Fotos: Vlademir Alexandre
As perdas são muitas e constantes, e apesar de o medo universal ser mesmo a morte - para os psicanalistas, ela dá sentido à vida e, também, origem a todos os outros medos - não é sempre dela que vem o maior sofrimento.
"As pessoas sentem de forma diferente. A dor depende de quem é o indivíduo, de como ele vivencia a própria vida, de como foram as outras perdas, de sua história, das suas relações, do que significa a coisa perdida e da forma como a perda aconteceu", explica a psicóloga Milena Câmara, que se especializou em psicologia do luto.
Assim, uma mulher pode lamentar mais uma separação que a perda do filho e alguém pode sentir mais alívio que dor quando morre alguém de quem precisou tratar a doença por muitos anos.
Milena Câmara é uma das poucas pessoas do Brasil a se interessar por tanatologia, a ciência que estuda a morte, e implantou em Natal o primeiro serviço de psicologia do luto dentro de um cemitério do país, há seis anos.
Embora a palavra luto remeta à morte, para a psicologia ele é o tempo que uma pessoa leva para elaborar as perdas, quaisquer que sejam elas. "É um tempo para se adaptar às ausências. É como se o mundo da gente mudasse de uma hora para outra: eu tinha, e agora não tenho mais. Isso remete à idéia de finitude e de morte", continua Milena Câmara.
A passagem pelo luto acaba quando são cumpridas quatro tarefas, nessa ordem: aceitar a perda; se permitir sentir tudo o que for preciso - tristeza, raiva, alívio; ajustar-se ao ambiente em que falta a coisa perdida; e, por fim, reinvestir a emoção em outras pessoas ou coisas. Para todas as etapas, um fator é fundamental: a disponibilidade de tempo.
"É importante que você reconheça que precise de um tempo para sofrer, e que esse tempo é relativo. O mundo lá fora é muito cruel. As pessoas dão um tempo determinado para a dor. Até a gente dá", diz a psicóloga. Atropelar o processo de luto faz com que as emoções fiquem contidas, para aparecerem anos depois, ou logo, sob forma de doenças.
"A gente não foge da gente", avisa. A cronologia estabelecida pela sociedade é conhecida: a pessoa deve ficar muito mal do enterro à missa de sétimo dia. Depois disso, é hora de trabalhar e voltar a viver. Aos pais que perderam um filho, são dados três dias de licença no trabalho.
Caso a morte seja "apenas" de outra pessoa da família, é concedido um dia de folga. As outras perdas, como separação, por exemplo, não são consideradas. Grande vilã da era moderna, a falta de tempo também influencia negativamente no preparo para a perda.
É por falta de tempo que os pais delegam a criação dos filhos às babás e é por não se ter tempo que as perdas são substituídas por compensações, como brinquedos, roupas e viagens. "Os valores estão diferentes. Isso tem a ver com o sistema capitalista, com o consumo, a era das aparências.
As crianças são criadas como reizinhos, como príncipes, mas os pais não trabalham muito os sentimentos das crianças porque não dá tempo", opina a psicóloga Ana Elisa de Castro, que trabalha no serviço de luto do Grupo Vila, administrador do cemitério Morada da Paz.
Ela atende os familiares enlutados que requisitam o serviço e também faz aconselhamento virtual no site do Grupo, respondendo e-mails, escrevendo artigos e indicando livros e filmes que falem sobre perdas. Muitas vezes, também é chamada para agir no próprio velório.
A decisão de solicitar ajuda depende apenas da própria pessoa e não existem regras como quantidade de tempo para superar o luto. "Em linhas gerais, a pessoa deve procurar um psicólogo quando está muito difícil continuar a vida", explica Castro.
E o que fazer para consolar alguém? "Ofereça sua presença, seu apoio, e não queira usar compensações. Também não fique comparando com a sua dor, fazendo competição de sofrimento", orienta Milena Câmara.
Também evite "pérolas" como "vestibular tem todo ano", "ele foi para um canto melhor" ou "pior que separação é a morte": "A pior dor é a sua e a do momento."
Eu e o Luto - Homenagem
quarta-feira, 27 de julho de 2011
V Jornada sobre Luto - Temas
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