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domingo, 31 de julho de 2011

Processo de Elaboração do Luto


Elizabeth Kubler-Ross, psiquiatra suíça, radicada nos EUA, ficou famosa mundialmente por seus escritos e trabalho com a terminalidade da vida, enfim uma expert em assuntos sobre a morte e o morrer. Em 1969, escreveu o seu livro mais importante e que causou grande impacto na área dos cuidados de saúde, On Death and Dying (Sobre a Morte e o Morrer), em que fala dos estágios pelos quais as pessoas passam quando estão na fase final de vida: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Autora de mais de 20 livros, que foram traduzidos em 26 idiomas, foi escolhida pela Time Magazine em 1999 como “um dos 100 mais importantes pensadores do século XX”.

Podemos pensar neste processo de elaboração do luto, diante de qualquer tipo de perda importante em nossas vidas, seja ela por: separações, doença, mudanças significativas, amputações, dentre outras. Faz com que passemos por uma avalanche de emoções para posteriormente conseguirmos nos organizar e dar um novo sentido em nossas vidas. Elizabeth Kubler-Ross (1969) classificou essas 5 fases como parte do processo de elaboração do luto. Isso não quer dizer que elas obrigatoriamente sigam uma seqüência ou que tenham que ser vivenciadas da mesma forma por todas as pessoas.
  1. Negação e Isolamento: Impacto inicial da notícia onde pode ocorrer uma paralisação na pessoa e ela não conseguir dar seguimento a pensamentos. Também é comum nessa fase que se tente negar o ocorrido, não acreditando na informação que se está recebendo. A negação é uma defesa temporária, sendo logo substituída por uma aceitação parcial. Também é comum uma transição em falar sobre a realidade do assunto em um momento e de repente negá-la completamente.
  2. Raiva: Surgem sentimentos intensos como: raiva, revolta, inveja e ressentimento, além da clássica pergunta: “porquê eu?”. Esta raiva, geralmente é projetada no ambiente externo, no sentido de inconformismo. Neste momento os familiares podem sentir pesar, culpa ou humilhação.
  3. Barganha: Após ter se revoltado, e nada adiantado, passa-se a utilizar inconscientemente outro recurso, tentando fazer algum tipo de acordo que faça com que as coisas se restabeleçam. Geralmente este movimento volta-se para à religiosidade. Ex.: promessas, acordos, pactos, geralmente em segredo.
  4. Depressão: Ocorre um sofrimento profundo, onde já não se pode mais negar os acontecimentos e nem se revoltar contra eles. É a fase de introspecção profunda e necessidade de isolamento.
  5. Aceitação: Tendo superado as fases anteriores, percebe-se e vivencia-se uma aceitação do rumo das coisas. Os sentimentos não estão mais tão a flor da pele, como se a dor tivesse esvanecido, a luta tivesse cessado e as coisas passam então a ser enfrentadas com consciência das possibilidades e das limitações.
Elizabeth Kubler-Ross (1969)

Marcelo Gianini
Psico-oncologista
psicologia@mamainfo.org.br

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